Chaminé Galloti
Escalada Chaminé Galloti - 26.08.2012
Guia: Gustavo Soares
Participante: Daniel Correia
Chegamos na Urca por volta das 8h e partimos pra trilha até a base da Via, chegando por volta das 8h30. Começamos a escalar umas 9h, Gustavo guiando e eu como participante. Miguel Monteza e Adriano foram em uma segunda cordada.
Fizemos a primeira e a segunda enfiada do croqui de uma vez só, até agora, sem nenhum problema...
Logo após a saída, passando uns dois grampos, a primeira chaminé, uma chaminé larga, que o Gustavo até me demonstrou como fazer, tendo em vista que ainda não tinha feito nenhuma chaminé. Permaneci ali, dando “segue”, com o Miguel Monteza fazendo a parada em um grampo logo abaixo.
Assim que o Gus chegou na próxima parada, chegou minha vez, e lá fui eu, subindo, subindo, quando cheguei bem próximo a uma pedra com uma pegada aparentemente boa, e que eu deveria subir nela... E lá fui eu, uns dois metros pra baixo, isso mesmo, uma ótima “vaca” que eu tomei! Foi aí que eu escuto o Miguel: “não seria melhor você ir de chaminé?”
É isso mesmo, o Gus me mostrou como era pra fazer na chaminé, e na hora “H”, eu fui escalando normalmente, sem usar a chaminé. Tá certo que essa era bem larga, tinha umas agarras razoáveis, eu nunca tinha feito chaminé, acho que não pensei... (Guto, já sei que vc tá rindo! E que vc vai me zoar...) (rs) Mas eu quase cheguei. Depois subi pelo método mais fácil, chaminé! E foi facilmente vencida.
Subi pela chaminé, até a próxima parada, uma chaminé bem suja, com uns blocos soltos que se encaixaram na chaminé e que servem como um local pra descansar, pra ser sincero, a sensação é de quem encontra um sofá cama pra descansar!
Pois bem, após eu chegar, Gustavo seguiu até a parada logo após o lance do estribo... sofrível, fui passando, no primeiro grampo meio sem jeito, mas depois melhorou. Quando estava na metade... Ops! Subi muito e não alcançava o estribo de baixo. Tive que me soterar no grampo que estava logo acima e me esticar pra alcançar o mosquetão que estava abaixo. Ok, mosquetão alcançado e segui pelo lance... Como eu disse, sofrível, mas foi!
A esse ponto, eu já estava como um “porco chafurdado na lama”. Imundo, e cheio de escoriações, mas tranquilo. Até esse momento!
Chegamos a base da próxima chaminé, e aí o Gustavo falou: “ali em cima, no final dela e o lance da “oposição da meia-lua””
Eu: “sempre que dão nome a um pedaço da via, não é boa coisa. Mas vamos lá!”
Nessa hora lembrei do Guto, está pensando no que né Guto... pode ficar tranquilo que não foi nada preocupante. Apenas o seu “Você “vai tirar de letra””, que você falou lá no Galeto na comemoração do aniversário do Fernando.
Mas vamos lá, lembrar do Guto nessas horas não ajuda muito né, e eu não podia ficar muito tempo ali, ou minhas pernas, joelhos e o resto todo começariam a cansar, piorando a minha situação. Então, toca pra cima! Segui pela chaminé e cheguei no lance “oposição da meia-lua”. Nessa hora eu pensei: “câimbra, oposição... acho que vou penar!”, “Guto falando que é moleza e me falando que eu tive câimbra e desisti... É, pensando bem e melhor suportar a câimbra”(rs). Nada pessoal Guto.
Foi quando o Gustavo vira e me fala: “Ah! Tem um pedaço que fica meio apertado e que provavelmente você tenha que tirar o capacete”
Eu: “E a mochila que ta pendurada?
Gustavo: “Qualquer coisa você joga ela pra fora da caminé!”
Ah tá! Agora ficou fácil. (rs)
Aproveitei pra matar a água que ainda tinha, qualquer coisa pra ficar mais leve. Gustavo foi, e chegando na parada, eu parti. Mochila pra baixo, fui subindo, subindo, foi apertando, apertando, mochila entalando, me segurando, vontade de jogar ela fora (rs), até que eu cheguei em um ponto que, olhei, olhei e nada! Olhei pra cima e avistei o Gustavo, que vira e fala: “Aí eu subi ao contrário, tem uma pegada muito boa atrás de você, logo acima!”
Olhei pra pegada, e pensei: “droga”. Parei, pensei e tentei fazer uma manobra audaciosa... arrumei uma forma de colocar as duas mão na agarra, pedi o Gustavo pra retesar a corda e... dei um giro pra me vira e subir como o Gustavo tinha falado. Realmente a agarra é muito boa, eu nem cai! (rs)
Gustavo falou um: “Muito bom!!!!” que foi bastante animador pra seguir em frente na chaminé. Ou melhor, seguir pra cima!
Chegamos a última enfiada, no bom sentido! Um bom “trepa mato”! mas com um lance que eu achei bem delicado. Uma passagem pra esquerda, por cima de uma pedra, com uma ótima árvore pra agarrar, se você tivesse a envergadura do Gustavo, claro! Mas como o Gus foi camarada, ou já estava com pena de ver meu estado (rs), deixou uma fita na árvore pra caso eu precisasse... E adivinha, claro que precisaria, mas quis ser autossuficiente e tomei um escorregão, ganhando mais algumas escoriações. Por sorte, escorreguei já com a parte do peito pra cima da pedra e consegui me agarrar e não cair. (escrevendo as duas frase que encabeçam esse parágrafo lembrei do Charão. Já sei que vem gracinha! CEC também é cultura, você vai escalando e lembrando dos amigos) (rs)
Desse ponto pra cima foi caminhada, bem tranquila, pelo matagal, escorrega um pouco pela quantidade de folhas, se suja outro tanto de ficar se espremendo pra passar abaixo dos galhos, mas foi tranquilo.
Chegamos ao cume perto das 14h, isso mesmo, umas 5h escalando, imundo, todo arranhado, com câimbra, cansado, mas feliz... Visual incrível, e objetivo alcançado. Um pouco acima do horário planejado que seria entre 12h30 e 13h, mas acho que foi um atraso justo pra quem fez uma chaminé pela primeira vez. Nos desequipamos e descemos até o morro da Urca de bondinho e depois a trilha.