Dedo de Deus - Leste com Maria Cebola
Data: 04/07/2010 Via: Leste com Maria Cebola Classificação: 3o IIIsup Tipo: Escalada Localização: Dedo de Deus, PNSO Horário de Encontro: 06:00 Guia da Prancheta: Gustavo Soares Participante: Fernando Correa, Karina (CERJ)
Dedo de Deus!! Escaladinha showww na serra! Essa é uma escalada que tento fazer pelo menos uma vez ao ano. Dessa vez, foi a primeira vez do Fernando e da Karina. Pedi para o Fernando escrever o relato da escalada... vamos à ele então.
"Eram 6 da manhã no ponto de ônibus em frente ao Cine São Luiz, Gustavo chega com a Karina no carro e prontamente me jogo para o banco de trás. Partimos para RioXTerê, destino Dedo de Deus!
Após mastigar algo no posto Garrafão, deixamos o carro no posto Paraíso das Plantas… Flores, bem algum paraíso dos vegetais….. sou péssimo para nomes.
Começamos a trilha as 7:30 trilha bem sinuosa, nada plana. Fomos tocando pra cima. Ouvimos algumas vozes no meio do caminho, mas somente na base do cabo de aço que encontramos dois caras de Juiz de Fora.
Terminando de nos equipar, me lembrei que tinha esquecido a luva, não era nada impossível de se fazer sem, mas com certeza agilizaria mais pra frente. O começo da pedra estava meio escorregadio, o Gustavo subiu rebocando nos dois, usou corda dupla, fomos subindo em “A“
A primeira parte longa do cabo, vieram partes menores que não tinham necessidade de alguém guiando, apenas usávamos duas solteiras para intercalar no cabo. E da-lhe cabo, no final a mão reclamava um pouco, o dia estava frio e nublado, não deixando-o quente, evitando que desse bolhas nas mãos.
Chegamos na parada que fica em frente ao Polegar, a etapa de cabos tinha acabado e começa um trepa pedra que tinham alguns lances mais chatos. Lá estavam os dois caras que subiram na nossa frente. Gustavo chegou e ironicamente perguntou “ Vcs ainda estão ai??“ Deixou eles continuarem mas logo começou a se coçar e não se segurou, começou a subir e passou os dois e nos fomos juntos, hehehehe
Na base da Maria Cebola tem uma arvore que nego usa malandramente pra costurar o primeiro grampo, mas de tanto usarem ela já cedeu um pouco e mesmo pessoas altas já precisam dar uma passada meio estranha. Não sei se era o fato de estar nublado e sem visibilidade, mas não dava pra sentir a altura que estávamos, talvez isso tenha dado um conforto na hora de contorna-la. Gustavo foi dando segurança, subi com a mochila nas costas, que furada! pq ele ia recolhendo e como era uma curva com uma fenda, eu ia subindo e tendo que fazer força contra a fenda e ele me puxando para ela, rs. Passada a curva, chego a entrada para chaminé.
[caption id="attachment_188" align="aligncenter" width="448" caption="Fernando na Maria Cebola"][/caption]
Achei melhor ir por ultimo assim alguém registrava os dois se esfregando na pedra até o topo, risos. Logo depois fui eu….. não preciso dizer que além de ter esquecido as luvas, esqueci a joelheira de vôlei que teria caido bem. Pois é, imaginem um cara de 1,86 tentando dobrar as pernas para se esgueirar por uma chaminé, sem chance…. já estava criando a técnica da minhoca atolada, usando ombros, costas e até a cabeça em vez das pernas para conseguir ascensão.
Chaminé para um lado..... vira, chaminé para outro lado…. mais chaminé e por fim …….outra chaminé, rs passando por um trecho que chamam de “Passo do Gigante“….. invejo alguns escaladores, pela tamanha criatividade em colocar nomes. Fico imaginando o estalo que deu no sujeito para nomear um trecho….mas voltando que já ta no fim….
Chegamos em um trecho que se ficava de um lado da pedra e a sua direita tinha outra com um grampo, se costurava e fazia um passinho meio de lado e tinha uma agarra boa mas na curva da pedra que tínhamos que contornar, foi bem tranqüilo, participando é claro…. tenho que voltar lá para uma segunda avaliação, não do dedo, mas da escalada!
Chegamos em um misto de aderência e caminhada era o final, pequeno trecho. Logo que olhei, mais adiante, tinha uma escada, fiquei imaginando que depois disso tudo só o cara lá de cima para colocar uma escada pra facilitar as coisas, mas quando a esmola é demais o santo desconfia.
Comecei a subir a escada e talvez tenha sido a pior sensação até aquele momento, rs. Se eu subisse por um bambu talvez balança-se menos…. me sentia como menino subindo a laje naquelas escadas feitas de sobra de madeira velha, pensando que a qualquer momento aquela escada iria dobrar como desenho animado.
Cume! inacreditável o visual, não da pra acreditar que se estava no mesmo lugar que se vê tão de longe. Me senti muito pequeno, mas conseguindo algo grande…. são sensações que só que entra nessas encrencas sabe. Muito show!!! Fotinho pra cá e pra lá, tirando fotos do casal e repondo as energias.
[caption id="attachment_190" align="aligncenter" width="448" caption="É "nozes" no cume do Dedo de Deus"][/caption]
Com o livro do cume por lá a infiltrada do Cerj tomou a frente e foi logo anotando, Karina escreveu algo do tipo “Feliz de ter chegado, minha primeira vez e bla bla bla“ Notei que já eram 15:20 tava super tarde, pq o dia estava instável e estávamos com receio dele virar então arrumamos as coisas rápidas para partir. Resolvi escrever no livro, li mais ou menos o que a Karina escreveu e mandei logo aquele “ Idem!!! é isso aí, temos que descer rápido senão voltamos no escuro“ fechei e coloquei na caixa novamente. Uma coisa muito importante, leiam sempre tudo até o fim, no texto da Karina, a parte do bla bla bla, queria dizer que ela estava muito grata e tudo aquilo era graças ao amor dela(Gustavo) e eu ainda assinei logo abaixo dizendo “IDEM!‘ Bem, o negocio era chegar ao chão então vamos esquecer.
Descemos pela escada, só que em vez de pegar a direita, fomos para esquerda. Rola uns 4 rapeis, depois começa a trilha de terra com cabos de aço. Novamente me lembrei da luva, seria só segurar e ir no embalo, maaaas não foi bem assim. A trilha era outra, fomos descendo até chegar no ponto onde se encontrava com a trilha de subida, a claridade já era pouca. Quando chegamos no trecho mais longo do cabo que próximo da base, já era noite. Rapelamos ali e chegamos a primeira base. Dali foram mais 50min de descida na trilha. Karina foi no meio pq a lanterna dela estava com mal-contato.
Chegamos na estrada bem, mas a fome já estava negra eram 20h, seguimos a estrada e chegamos no “Paraiso“ no momento para mim, era Paraiso dos pasteis, comi dois e ainda dividi uma coca de 1.5l com Gustavo.
Existe programa melhor pra fechar um domingo? Valeu o dia!!!! obrigado ao casal que dividiu esse dia comigo!"