Escalada no Salto Angel
Na semana que vem, na terça dia 10 de maio, teremos uma sessão extra do CEC-Cine (cinema de montanha no Clube Carioca). Será a vez do escalador paranaense Edmilson Padilha vir falar pessoalmente desta escalada extremanente difícil na montanha venezuelana. Foram vários esticões de NONO grau brasileiro. Segundo Ed, as enfiadas mais fáceis eram sempre as mais molhadas e tinham cotação de SÉTIMO grau.
Veja um trecho da entrevista retirada do site da Conquista (o Ed é o dono desta empresa):
17 dias de escalada por rocha descomposta e extremamente afiada, carregando muito peso em equipamentos, água e comida. 17 dias de escalada delicada e exposta no Auyantepui, na Venezuela, ao lado da maior cachoeira do mundo, o Salto Angel (979m).
Para levá-la a cabo lançamos mão de todas nossas habilidades, de todos nossos equipamentos e de toda coragem que possuíamos.Foram 17 dias no mundo vertical lutando contra nossos limites, vencendo metro a metro cordadas difíceis de 7º grau obrigatório e até A4, com alto grau de exposição, rochas soltas e cortantes.
Muito peso para rebocar, jumareadas sobre o vazio, uma cachoeira que tentava nos expulsar com jatos d'água dia e noite.Por sorte estava bem acompanhado. Éramos 6 escaladores (5 brasucas e 1 venezuelano): Eu (Edemilson Padilha), Valdesir Machado, Sergio Tartari, Jose Luis Hartmann, Waldemar Niclevicz e o venezuelano Alfredo Rangel. Revezamo-nos nas guiadas, só assim pudemos suportar a pressão da escalada tão comprometida. Quase precisávamos de psiquiatra após cada trecho escalado. Sempre progredíamos com muita cautela, pois não podíamos nos machucar ali.
Depois da metade da parede não existia a opção de descer devido à negatividade da via.Escalávamos pela única via que existe na Gran Bóveda (tipo de anfiteatro onde está localizado o Salto Angel), a rota dos espanhóis, que foi conquistada em artificial e repetida em livre duas vezes por uma equipe inglesa e depois por uma francesa. Nós fizemos a 4ª ascensão escalando em uma mescla de artificial com livre.De alento para todo nosso esforço tínhamos nos acompanhando uma paisagem exuberante e única, uma cachoeira que fazia uma dança incrível, sempre cortejada por um ou mais arco-íris. E o mais importante: um espírito de equipe muito forte que nos levou com segurança até o imenso cume do tepuy (1800m de altitude e 700Km² de área).
O CEC-Cine acontece em terças alternadas na sede do Clube, começando às 20:30h.
Até lá!