Escalando no Irmão Maior do Leblon
17 de julho 2011. Paredão Paulo Ferreira 5° VI. Estimulados pelo recém lançado Guia da Zona Sul, resolvemos conhecer essa via, conquistada em 1977 por André Ilha, Mario Arnaud, Paulo Bruxo e Rômulo Pereira. Minha 1ª tentativa havia sido com o Cristian Duffles, 3 semanas antes.
Era dia da maratona do Rio. Deixamos o carro no Leblon às 7am e seguimos a pé. Entrando no Vidigal, subimos de moto-taxi até a entrada da trilha. Ótima opção. Começamos a escalar às 8 horas. Maior parte da via no sol, e tudo seco. Guiei os esticões ímpares e o América os pares. Conseguimos fazer vários esticões com mais de 50 metros.[caption id="attachment_702" align="alignleft" width="300" caption="Vista da parada 2"][/caption]
[caption id="attachment_703" align="alignleft" width="300" caption="3° esticão"][/caption]
Tínhamos o croqui com grampos numerados, que está na croquiteca do CEC. A direção dos grampos estava certa, mas a falta de escala nos enganou várias vezes. Por isso fomos marcando as paradas no croqui, pra dar idéia das distâncias.
O 1º esticão foi fácil, e parei no início da horizontal. No 2º e 3º, alguns lances mais longos. O 4º esticão começa com uma reta que inclui o crux (VI), depois vem um zigue-zague e um trapa-mato pra esquerda. O 5º esticão é muito interessante. Lances de agarrência e aderência, e uma cristaleira no final com 1 lance longo, que chega a um bom platô de pedra. O 6º esticão foi uma diagonal pra esquerda, e chegou na base do “terraço” de mato, que atravessamos em seguida. Já em cima do terraço, o 7º esticão começa com um tetinho, com potencial de queda de platô. Não hesitei em segurar no mato ao lado. Depois do 1º grampo, um lance difícil pra esquerda deixa o participante vulnerável. Segue uma longa horizontal pra esquerda, 3 grampos pra cima e parei.
[caption id="attachment_705" align="alignnone" width="300" caption="Acima do Irmão Menor"][/caption]
[caption id="attachment_704" align="alignnone" width="300" caption="Headwall acima do terraço"][/caption]
No 8º e último esticão o América passou um sufoco... Não encontrou os grampos 46 e 47, e teve que costurar num arbusto pra reduzir o fator 2. Continuou subindo e uma agarra de mão quebrou... O jeito foi subir mais, mesmo se lembrando como era sua última proteção... Encontrou então o grampo 49 destruído pela corrosão (o tarugo acabou, ficando só o olhau). Por sorte o 48 estava próximo, e dalí ele seguiu pro mato e entrou na diagonal final, pra esquerda. Chegou ao grampo 51 (último) sem achar o 50. Participando, ainda procurei mais pelos grampos, e nada... A vegetação deve ter escondido ou a ferrugem comeu.
Dalí pro cume é uma escalaminhada com muito mato e alguma rocha, encontrando algum lixo pelo caminho. No cume havia um grupo de caminhantes, e encontrei um grampo pé de galinha mais pra direita, que foi útil pra chamar o América. Eram 12:45.
[caption id="attachment_693" align="alignleft" width="497" caption="Croqui com obs pós repetição"][/caption]
Miguel Monteza