Trav. da Neblina com Garrafão

Por charao

Não, não fizemos a travessia da Neblina carregando um garrafão... fizemos carregando uma cargueira leve, com um pouco de comida de jantar e de café da manhã, um saco de dormir e um equipo de escalada, pois nosso objetivo era atingir o abrigo 4 e subir o Garrafão no dia seguinte, domingo.

Na saída do Rio de Janeiro estávamos eu, Carla Milioni e Rommel de Sousa. O horário já era meio tardio, 8:30h da manhã o quê, junto com a pista em obras da Rio-Terê, nos fez começar a caminhar um pouco tarde, às 11h. Já tínhamos reservado vagas no "bivaque" (chão) do Refúgio. O custo total da compra do ingresso (entrada, caminhada de dois dias, uso do refúgio) ficou em R$ 55 reais por pessoa (!).

Após estacionar o carro na pousada do parque, caminhamos até a barragem, mostramos nossos ingressos de novo, recebemos algumas orientações básicas sobre mínimo impacto e iniciamos a trilha às 11h. A saída para a travessia da Neblina ocorreu ao meio-dia, portanto com 1 hora de trilha e 5 minutos após o Véu da Noiva. Achei que seria difícil achar mas foi bem fácil ver a picada, bem aberta, que saía para a esquerda da trilha do Sino. Passamos por 3 águas, pegamos a pirambeira para montar na crista da travessia da Neblina propriamente dita e lá pelas 13h estávamos fazendo o primeiro lance de escalada, Coloquei uma corda para ajudar minha esposa e meuamigo, até porque estávamos todos com a tal pequena mochila cargueira e a escaladinha dava um segundo grau.

A crista foi se estreitando a começamos a ver o Dedo de Deus a nossa esquerda e a Verruga do Frade em frente. Tinha uma cordada escalando a chaminé, tiramos fotos inclusive da placa de metal que homenageia um montanhista lá falecido (com lindos dizeres de sua autoria) e chegamos no segudo lance de escalada, um segundo grau em horizontal para a direita e depois para cima. É de se dizer que muitos fazem a Neblina descendo, ou seja, desescalando ou rapelando estes lances e que nós estávamos fazendo subindo e com um peso um pouco maior do que o habitual.

Após terminarmos esta escalada, paramos para comer e qual não foi a nossa surpresa quando vimos que a os três escaladores que estavam no cume da Verruga do Frade começaram a soltar uma enorme PIPA, muito bonita. Como é que ela foi transportada dentro da mochila, fazendo chaminé, sem quebrar, até o cume? Ela ficou no ar por uns 15 ou 20 minutos, devia estar chamando a atenção de quem estivesse no vale de Teresópolis. Depois de um tempo os escaladores a recolheram e começaram a armar os rapéis.

Nossa caminhada continuou por mais umas 2 ou 3 horas, passando pelo Morro da Cruz e chegando finalmente na Cota 2000, ponto este já localizada na trilha do Sino. Acredito que fizemos a travessia da Neblina em 4 horas e pouco, um tempo normal se considerarmos que estávamos com mochilas cargueiras (leves) e que paramaos bastante para fotos e almoço. Da Cota 2000 até o Abrigo 4 foi um pulo,até porque queríamos chegar cedo para pegar um bom lugar no andar de cima. Precisávamos garantir um colchonete ou isolante também, pois só tinhamos trazido o saco de dormir, para ficar mais leve e para que o isolante não ficasse agarrando nas árvores.

Tivemos uma excelente noite no andar de cima do refúgio. Esta parte não tem beliches, somente velhos colchonetes e isolantes para deitar em cima. Nos pareceu bem mais quente do que os quartos de baixo, com beliche. Ficamos conversando com o outros montanhistas até 22 h e aproveitamos para pegar informações sobre o a descida para o Garrafão.

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