Travessia Longitudinal das Agulhas Negras

Por charao

Esta clássica travessia de toda a linha de cumes das Agulhas Negras, começando na extrema direita e terminando perto da Asa do Hermes, tem a duração média de 9 horas. É um passeio imperdível com direito a muitos trepa-pedra, chaminés curtas, escaladinhas rápidas, pulos sobre buracos, fotos incríveis e muito contato com a natureza.

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Eu, Gustavo Telles, Eduardo Luna e Pedro Werneck já vinhamos combinando há tempos. Foi difícil conciliar com a reserva do Abrigo Rebouças mas enfim conseguimos alinhar tudo para o dia 7 de setembro (sábado). Logo descobrimos que uma grande amiga nossa, a Karina "Rampão" Filgueiras também estava indo para a mesma travessia junto com um grande grupo guiado pelos Spanner (Igor e Júlio). Ótimo, tinham nos dito que a navegação era difícil na Longitudinal, então bastaria nos mantermos um pouco atrás deles e ir seguindo. Como era um grupo grande, decidimos ir um pouco à frente, esperando sempre que houvesse alguma passagem duvidosa.

Logo depois de cruzar o córrego Agulhas Negras já ficamos em dúvida, existem várias pequenas saídas para a direita. Acho que todas acabam conduzindo para a crista rochosa que sobre paralela à trilha normal e se dirige ao grande negativo laranja. Nos perdemos um pouco mas fomos achando mato quebrado e sinais de passagem, sempre rumando para a direita e para cima. Este é o caminho que leva para a Chaminé dos Estudantes, Bira e a Longitudinal, então com certeza passa muita gente e é só ir navegando em direção ao negativo laranja que fica bem abaixo e à direita do cume principal.

Ao chegar no tal negativo, pegamos para a direita. Acho que o macete aqui é não ficar  tão colado a pedra, ou melhor dizendo, no começo fica colado sim mas depois vai sempre andando para a direita e tentando manter uma curva de nível, sem encarar algumas rampas que, de forma enganadora, aparentam levar para a Longitudinal. Digo isto pois subimos e descemos algumas vezes, perdendo tempo, para depois descobrir que tem que ficar no MATO, bem no pé da pedra, até o último momento pois senão já começa a encarar umas rampas que são terra de ninguém, rampas estas que ficam depois da Chaminé Bira.

Mantenha a horizontal o máximo possível, não avance para a pedra, passe por grutinhas, dê alguns saltos, saia por buracos e realmente quando estiver na extrema direita do maciço é que vai se virar para a esquerda e começar a subir algumas rampas que conduzem a uma rampa maior e mais inclinada, chamada de Parafuso do Brackmann. Não tem grampos. São uns 20 metros de grau III que depois vai para a direita, onde tem uma chapeleta poderosa que protege um lance de talvez IV grau (uma dominada de negativinho). Toque para cima, ainda sem grampos e depois de uns 15 metros a rampa termina num platô. Um grande bico de pedra assinala onde você deve montar a segurança para o segundo. Esta passagem, do Brackmann, fica logo a direita de uma caverna com abertura bem triangular, fácil de reconhecer. Se a rampa estiver molhada, vá mais para a direita e suba por um trepa-mato.

Depois disso continue subindo mantendo um rumo diagonal para a direita. Não vá nem reto e muito menos para a esquerda. Seu objetivo é chegar na urna dos Estudantes porém alguns pré-cumes tem enganam e te jogam para reto para cima. Contorne todos pela direita e não tente escalar nenhum deles, o único que interessa é o último, mais alto, onde tem a urna embaixo e depois do qual se dá um grande pulo para baixo (FOTO ABAIXO: ou faz um mini-rappel). Este é o fim da subida. 

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FOTO ACIMA DA DIREITA: A partir dai tem que ir navegando de pedra em pedra em direção ao Itatiaiassú, também conhecido como cume do livro. Ao chegar na base dele, decida se quer escalá-lo pela direita (via Quietude) ou pela esquerda para poder ir assinar o livro.

Se preferir, toque reto, sem escalar o cume do livro e já indo direto para o cume do antigo cruzeiro. Tem que fazer uma chaminé para chegar lá.

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FOTO: Cume do antigo Cruzeiro. Montanhistas que subiram pela Normal começam a chegar.

 Se o tempo piorar, esta é a hora de descer para o Planalto.

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